I Simpósio Internacional de Djuntamon Pá Guiné-Bissau ocorre em 24 e 25 de abril
Tendo como referência a política externa guineense, um grupo de investigadores de organizações de ensino superior, pesquisa e organizações de estudantes guineenses na Guiné-Bissau e em suas diferentes diásporas, em colaboração com a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), organiza o I Simpósio Internacional de Djuntamon Pá Guiné-Bissau, que ocorre em 24 e 25 de abril, on-line, via Plataforma Zoom. Haverá certificação.
O debate sobre os eixos e painéis temáticos será compilado em livro, num segundo momento, a partir das contribuições fundamentadas dos painelistas e participantes.
Os organizadores – professor Ricardino Dumas (Unilab/Brasil), professor João José Silva (Guiné-Bissau) e a estudante de Sociologia Maria Tesso Vasco Cá (Unilab) – propuseram coletivamente eixos temáticos integrados em painéis de debates sobre diferentes questões envolvidas nos desafios e consequentemente rumos da democracia, dos movimentos sociais da sociedade civil, dos direitos, da governabilidade, da governança, da economia, do ambiente e do Estado. O público-alvo são as organizações de ensino superior, juventudes partidárias, comunidades universitárias, organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais.
Os desafios e lutas presentes em tempos mais remotos e que se consolidaram nos períodos pós-independência, notadamente no contexto da democratização, e se prolongaram na atualidade, são motivações-base para a organização do I Simpósio Internacional de Djuntamon Pá Guiné-Bissau.
O evento enfoca a democracia e o desenvolvimento nacional sob o ponto de vista dos guineenses, em diálogo com os demais países e organizações de Cooperação, de Relações Interacionais e da Política Externa do Estado guineense no mundo, e, sobretudo, por meio do Programa para o Desenvolvimento da África, assumido pela União Africana.
Contexto político e social
Nos últimos 48 anos da independência política (de 24 de setembro de 1973 a 2021) e 24 anos da experiência democrática em curso (de 3 de julho de 1994 a 2021), em períodos e moldes distintos, a República da Guiné-Bissau vem passando por transformações socioeconômicas ao longo de sua história política. Apesar dos avanços, os desafios contemporâneos do país são evidentes, com um sistema econômico, social e político frágil, exigindo novas respostas, novos djuntamons.
A politica externa guineense pode ser caraterizada, de acordo com os organizadores do simpósio, como pensar globalmente e agir localmente – thinking global, acting local -, para provocar a reflexão sobre os desafios atuais entre os agentes nacionais e externos à Guiné-Bissau com o objetivo de proporcionar diferentes visões disciplinares sobre a política externa e a cooperação internacional com que o país estabelece com seus parceiros bilaterais e multilaterais.
Nesse contexto, o simpósio busca repensar e analisar até que ponto as promessas do desenvolvimento e da democracia representativa desconsideraram as especificidades do país em relação às configurações atuais, como contribuição para o reforço dum conhecimento crítico da Guiné-Bissau sobre a democracia e o desenvolvimento, em suas diferentes relações de cooperação com os parceiros de desenvolvimento, isto porque grande parte da rica e desafiadora experiência democrática e do desenvolvimento social e econômico guineense permanece ainda por conhecer.
Apoio
Ministério da Educação Nacional da República da Guiné-Bissau (MEN); Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); PNUD Guiné Bissau – UNDP; Universidade Colinas de Boé (UCB); Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP), Universidade Lusófona da Guiné (ULG), Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), Observatório das Nacionalidades Uece (ON); Pró-Reitoria de Extensão, Arte e Cultura (Proex/Unilab); Associação de Estudantes Guineenses na Unilab (AEGU); Associação de Estudantes de Cabo Verde na Unilab;
Rede Nacional de Associações Juvenis (RENAJ); e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Programação
PAINEL 1: Estado, ensino superior e a comunidade da diáspora acadêmica
– Papel do Estado na consolidação de ensino superior e pesquisa
– Comunidades guineenses de ensino superior e os desafios de direitos educacionais
– Políticas educacionais e formação dos professores
– Relações entre o Brasil e a Guiné-Bissau de ensino superior e pesquisa.
PAINEL 2: Democracia – governabilidade e governança
– Amílcar Cabral Hoje – intelectual, partido e democracia.
– Modelos de democracia e participação
– Democracia representativa
– Democracia participativa
– Relações entre civis e miliares para a democracia
PAINEL 3: Educação – colonialidades, identidades e políticas linguísticas
– Políticas educacionais e a reorganização do sistema educativo
– Currículos, reconhecimento de graus e diplomas estrangeiros;
– Djuntamon de cooperação de ensino superior entre a Guiné-Bissau e o Brasil
– Tecnologias educativas e os desafios contemporâneos da Guiné-Bissau
PAINEL 4: Desenvolvimento – Covid-19, ambiente e indústrias extrativas.
– Economia rural, agricultura e assuntos econômicos e monetários.
– Agricultura e os impactos de Covid 19 e saúde.
– Indústria, ciência e tecnologia, energia e recursos naturais.
– Turismo, ambiente, trabalho e recursos humanos.
– Zona Tripartida de livre comércio – ZTLC Pan-Africana
PAINEL 5: Ativismos, movimentos sociais e produção de conhecimento
– Movimentos sociais africanos de fidjus dibideras
– Movimentos sociais africanas de mindjerdades
– Movimentos urbanos e rurais de bancadas de meninos e meninas
– Redes transnacionais de movimentos sociais na Guiné-Bissau
PAINEL 6: Desafios de coesão nacional, diferença e juventudes partidárias
– Partidos e construção do Estado-nação e das nacionalidades
– Integração africana e os conflitos transfronteiriços
– Juventudes partidárias, movimentos estudantis e transformações.
– Paz e os desafios contemporâneos da Guiné-Bissau.
PAINEL 7: Reforma política do Estado e da administração pública
– Djuntamon para a reforma política e reforma administrativa do Estado
– Poder local, conflito de terra e gestão do território.
– inovação tecnológica na administração pública
– Repensando as relações Estado/Sociedade